Lewandowski liquida Lava Jato e rebate Barroso: quem votou pela suspeição de Moro não é conivente com a corrupção



 Ricardo Lewandowski e Luís Barroso (Foto: Divulgação/STF)

Ministro do STF citou estudo que mostra os prejuízos à economia e ao Brasil causados pela Lava Jato e relembra que a operação “adotou atitudes absolutamente incompatível com o estado democrático de direito”


247– Em uma resposta dura ao voto do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal, pela anulação da decisão da Segunda Turma, que declarou o ex-juiz Sergio Moro suspeito nos julgamentos contra o ex-presidente Lula, o ministro Ricardo Lewandowski liquidou a Lava Jato na sessão desta quinta-feira (22).


“Vossa excelência sempre quer trazer a questão da corrupção. Como se quem vota contra estivesse a favor da corrupção. Mas a Lava Jato adorou atitudes absolutamente incompatível com o estado democrático de direito”, rebateu Lewandowski.


“Concordo com o ministro Barroso que a corrupção é um mal a ser erradicado de forma definitiva. Os que votaram a favor da suspeição não são coniventes com a corrupção. Não”, complementou.


Barroso votou no sentido de que a decisão de Fachin suplanta a questão da suspeição decidida pela Segunda Turma, deixando o placar em 3 a 2. Luiz Fux tenta encerrar a sessão, mas Lewandowski anunciou que anteciparia seu voto, alinhado com a divergência, aberta por Gilmar Mendes. Ele foi seguido por Dias Toffoli e Cármen Lúcia, deixando o placar em 6 a 2, formando maioria pela confirmação da suspeição de Moro.


Barroso defende a Lava Jato e ataca Walter Delgatti

Em seu voto, Barroso fez propaganda da Lava Jato, e até de livro a favor da operação, e atacou Walter Delgatti Neto, hacker que acessou as mensagens trocadas entre procuradores da força-tarefa e Moro, escancarando as ilegalidades cometidas pelo grupo. Ele chegou a afirmar que os diálogos revelados por Delgatti não têm comprovação de autenticidade, o que não é verdade.


Barroso alegou vingança na busca pela responsabilização de Moro em razão de sua parcialidade. “Na Itália, a corrupção conquistou a impunidade. Aqui, entre nós, ela quer vingança. Quer ir atrás dos procuradores e juízes que ousaram enfrentá-la. Para que ninguém nunca mais tenha a coragem de fazê-lo. No Brasil, hoje, temos os que não querem ser punidos, o que é um sentimento humano e compreensível. Mas temos um lote muito pior, dos que não querem ficar honestos nem daqui para a frente, e que gostariam que tudo continuasse como sempre foi”.



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