Haiti: tempestade diminui esperança de encontrar sobreviventes

 


O forte tremor, de magnitude 7,2, matou pelo menos 1.419 pessoas

Chuvas pesadas atingiram o Haiti na noite dessa segunda-feira (16), complicando os esforços de resgate e encharcando milhares de pessoas que foram desabrigadas pelo terremoto devastador do último sábado (14). A esperança de encontrar sobreviventes nos destroços dos prédios que desabaram diminuiu. O forte tremor, de magnitude 7,2, matou pelo menos 1.419 pessoas.

A depressão tropical Grace chegou às regiões do sudoeste haitiano mais assoladas pelo tremor, atingindo cidades arrasadas com ventos fortes e chuvas torrenciais e causando inundações. 

O terremoto derrubou dezenas de milhares de edifícios do país mais pobre das Américas, que ainda se recupera de um grande sismo de 11 anos atrás, que matou mais de 200 mil pessoas.

O desastre mais recente veio pouco mais de um mês depois de o Haiti mergulhar em uma crise política devido ao assassinato do presidente Jovenel Moise, no dia 7 de julho.

Vários hospitais grandes foram gravemente danificados, dificultando a assistência humanitária, assim como os pontos centrais de muitas comunidades, como igrejas e escolas.

Ontem, autoridades haitianas disseram que 1.419 mortes foram confirmadas, e cerca de 6.900 pessoas ficaram feridas.

Enquanto a esperança de encontrar um número significativo de sobreviventes entre os escombros diminuía, a tempestade prejudicou os agentes de resgate na cidade litorânea de Les Cayes, que está localizada cerca de 150 quilômetros a oeste da capital Porto Príncipe e a que mais sofreu com o tremor.

Prevê-se que a tempestade deixará até 38 centímetros de chuva em partes do Haiti, criando o risco de marés, de acordo com o Centro Nacional de Furações dos Estados Unidos (NHC).

Agentes de resgate de todo o Haiti estavam escavando os destroços ao lado dos moradores, na noite de ontem, para tentar resgatar corpos, mas poucos manifestavam esperança de encontrar alguém vivo. Uma nuvem de poeira e corpos em decomposição eram vistos.

"Viemos de todas as partes para ajudar: do norte, de Porto Príncipe, de todos os lugares", disse Maria Fleurant, do Corpo de Bombeiros do norte haitiano.

Enquanto as chuvas intensas chegavam, agentes de emergência retiraram um travesseiro manchado de sangue dos escombros, seguido pelo corpo de um menino de três anos que parece ter morrido dormindo durante o tremor.

Pouco depois, os agentes suspenderam os trabalhos devido à intensidade da chuva.

* Reportagem adicional de Herbert Villarraga e Robenson Sanon

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem