Pastor denuncia silêncio da bancada evangélica em casos de abuso e é perseguido por bolsonaristas

 


Durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), realizada de forma presencial e remota nesta quarta-feira (3), o deputado Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos) criticou a omissão de líderes e políticos evangélicos em relação aos casos de violência sexual contra crianças. Ele anunciou que apresentará um requerimento solicitando uma nota de repúdio.


O deputado destacou o caso de Marcus Grubert, marido da cantora gospel Heloísa Rosa, preso em Orlando, nos EUA, acusado de abusar sexualmente de uma criança de seis anos. "Uma menina de seis anos foi para a casa da amiguinha, filha dessa cantora gospel, que é muito conhecida no Brasil. Quando a mãe foi buscar a criança, ela relatou que havia sido abusada", relatou.


O parlamentar também condenou a declaração do líder religioso Luiz Herminio, do Ministério MEVAM. Herminio, em um áudio divulgado pela Hope and Justice Foundation, minimizou o crime cometido por Grubert dizendo que não era estupro já que não houve penetração. “Pode até ter existido o crime, mas foi só o pênis na boca da criança, não teve penetração” disse, defendendo de forma absurda o estuprador. Diante disso, o “Apóstolo” não se segurou: "É um absurdo. Como alguém pode tentar diminuir um crime tão grave?", afirmou.


“Por que lá em Brasília não estão falando nada? A bancada evangélica não tá falando nada. Sabe por quê? Porque tem envolvimento com um pastor que é muito conhecido no cenário nacional. Onde estão os líderes evangélicos? Os políticos evangélicos que demonizam tanta coisa? São tão bons para esculhambar os outros, mas não sabem se posicionar pela verdade, não sabem ser imparciais", criticou ainda Luiz Henrique, sem nomear quem era o tal pastor muito conhecido.


Os deputados bolsonaristas começaram, então, a atacar o Apóstolo Luiz Henrique nas suas falas. O deputado estadual Alcides Fernandes (PL) rebateu o colega. "Eu fico assustado com uma pessoa que se diz cristão e que lidera uma igreja, uma vez por outra chega aqui simplesmente para lacrar, jogar nas suas redes sociais uma palavra dele. Ele insulta os nossos deputados evangélicos. Teatro pode funcionar lá na igreja dele, aqui não funciona esse tipo de teatro", afirmou.


Dra. Silvana (PL) chamou a atitude do deputado de "nefasta" e "perversa" por, conforme ela, "queimar e expor pastores". A deputada bolsonarista declarou que "Eu quero dizer que você ouvir de um Apóstolo a necessidade de queimar e expor pastores em redes sociais, isso é nefasto, é perverso. O PL defende sim as crianças e adolescentes, mas também não está interessado em expor pastor e atrair coisas ruins para imagem de pastor e de padres. Isso aí é que é errado".


Pelo jeito, para os deputados bolsonaristas, é mais importante acobertar o erro e não expor os pastores pedófilos e abusadores, o que condiz muito com a falsa moralidade dos que gritam a plenos pulmões “Deus, Pátria e Família”, mas nos bastidores são os que praticam as maiores atrocidades e defendem uns aos outros, “passando o pano” necessário para que os criminosos não sejam punidos e continuem a realizar os atos mais perversos e cruéis sem que sejam incomodados. Um resumo religioso da política bolsonarista.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem