Luiz Caetano, do PT, foi eleito prefeito de Camaçari neste domingo (27), no segundo turno das Eleições 2024, com 50,92% dos votos. O político vai comandar a cidade da região metropolitana ao lado de Pastora Déa (PSB) como vice-prefeita.
Essa será a quarta gestão de Caetano na cidade da RMS. Ele já governou a Prefeitura de Camaçari entre 1985 e 1988, e depois por dois mandatos consecutivos, de 2005 a 2012. Agora, retorna ao comando da gestão municipal com a "Coligação da Mudança", com os partidos Avante, PSB, PSD, Solidariedade, Podemos e duas federações, uma composta por PT, PCdoB e PV, e outra formada por PSOL e Rede.
O prefeito eleito disputou o cargo com Flávio, do União Brasil, que teve 49,08% dos votos.
No discurso após o resultado, Caetano prometeu foco na qualidade do serviço público em sua próxima gestão. "A prioridade nossa é botar os serviços públicos para funcionar. Vamos iniciar pela saúde pública. Tratar bem o nosso povo, acolher a nossa gente e trazer saúde pública humanizada", disse o prefeito eleito ao lado de sua vice.
Candidato do Partido dos Trabalhadores venceu a disputa com 50,92% dos votos contra Flávio (União). Ele terá Pastora Déa (PSB) como vice-prefeita.
Derrotado por menos de três mil votos, Flávio agradeceu aos 77.724 eleitores que apostaram no projeto dele para Camaçari. Em nota, o político disse que sua "luta" permanece. "É um ciclo que se fecha, mas não termina aqui. Continuarei a caminhada e a luta para ver a minha cidade em destaque, com geração de emprego e renda, com grandes oportunidades de negócios, com a grandeza que ela merece", ressaltou.
Segundo dados do painel Resultados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram registrados 158.350 votos válidos em Camaçari. O número de votos nulos foi de 5.143 (3,11%) e 1.954 (1,18%) foram em branco.
O petista vai governar a cidade com uma Câmara Municipal formada por mais adversários que aliados. Dos 23 vereadores eleitos em 2024, apenas 9 fazem parte da base aliada ao petista. Outros 14 eleitos para o mandato 2025-2028 são apoiadores de Flávio.
Essa foi a primeira vez na história que o município, o quarto maior da Bahia, teve uma eleição disputada em dois turnos. De acordo com a Constituição Federal, a segunda rodada de votação é válida apenas para municípios com mais de 200 mil eleitores, número que foi atingido pelo município neste ano, segundo o TRE-BA.
Os eleitores foram obrigados a voltar às urnas neste domingo, porque o primeiro turno foi encerrado sem que um candidato conseguisse mais de 50% dos votos.
Em 6 de outubro, Caetano e Flávio tiveram menos de 500 votos de diferença. Com 100% da apuração feita pelo o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), enquanto o primeiro conquistou a preferência de 49,52% dos eleitores (77.926 votos), o candidato do União Brasil ficou com 49,17% (77.367). A disputa contou com outros quatro candidatos. Confira abaixo a porcentagem obtida por eles:
Oswaldinho (MDB) - 0,71%
Cleiton (Novo) - 0,44%
Lazinho (PMB) - 0,09%
Cleiton Santos (PCO) - 0,07%
Camaçari foi a última cidade brasileira a divulgar o resultado das eleições municipais no primeiro turno.
Apoio do presidente Lula
Luiz Carlos Caetano tem 70 anos, é natural de Central, cidade da Chapada Diamantina. O petista é casado e pai de uma filha. Ele é farmacêutico formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), e já foi deputado estadual e federal.
Declarou ter R$ 232.807,04 em bens, de acordo com informações declaradas no portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como político, é um velho conhecido da população local: se elegeu prefeito de Camaçari por dois mandatos consecutivos (2005-2008 e 2009-2012) e deputado federal em 2014. Disputou ainda a eleição de 2016 para a prefeitura da cidade, mas perdeu nas urnas.
Camaçari tem a segunda maior economia da Bahia, atrás somente da capital do estado. O município abriga o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. o Produto Interno Bruto local de 2023 foi de R$ 33.971 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O Polo Petroquímico, fundado em 1978, tem mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade como indústrias de pneus, celulose solúvel, metalurgia do cobre, têxtil, fertilizantes, energia eólica, fármacos, bebidas e serviços. Os empreendimentos empregam cerca de 40 mil pessoas.