Nos últimos tempos, um problema crescente tem afetado diretamente artistas independentes, agências de marketing e emissoras de rádio no Brasil. Diversos profissionais e empresas que trabalham de maneira orgânica e responsável na divulgação de novos talentos estão sendo prejudicados por distribuidoras internacionais, que acabam tomando decisões arbitrárias e prejudiciais ao ecossistema musical. Um dos casos mais recentes envolve a Metrópole FM, uma rede de rádios que se destacou pela divulgação de artistas de forma 100% orgânica.
A emissora tem promovido talentos emergentes através de promoções, sorteios, divulgação nas redes sociais e portais de notícias, alcançando uma grande audiência e proporcionando aos artistas um público real, que interage, ouve e compartilha as músicas. No entanto, quando o artista começa a ganhar destaque e engajamento genuíno nas plataformas, como o Spotify, a sua música é "derrubada" pela distribuidora, que envia uma notificação de remoção baseada em uma acusação infundada de que o engajamento do artista seria falso.
A distribuidora, que é de origem internacional e não possui sede ou representantes no Brasil, argumenta que o aumento no número de ouvintes e interações é artificial, classificando como "falsos" todos os ouvintes que participaram da divulgação nas redes sociais e nas rádios. Essa alegação é facilmente refutada pelo próprio Spotify, que disponibiliza no perfil do artista informações detalhadas sobre a localização geográfica de seus ouvintes, o que torna claro que o engajamento não é de forma alguma manipulado.
O Impacto para Artistas e Profissionais do Setor
O maior prejuízo com esse tipo de atitude por parte das distribuidoras é para os artistas, que veem seus trabalhos sendo boicotados sem justificativa válida. Muitos desses músicos são novos no mercado e dependem de uma visibilidade real para crescer. A Metrópole FM, por exemplo, com milhões de seguidores em suas redes sociais e uma audiência significativa, é um canal legítimo de promoção que pode transformar a carreira de um artista de forma sólida. No entanto, ao ter sua música retirada da plataforma sem motivo aparente, o artista perde a chance de aproveitar esse momento de visibilidade.
Por outro lado, emissoras de rádio, agências de marketing e produtoras também estão sendo afetadas. Esses profissionais fazem um trabalho árduo e transparente, oferecendo aos artistas uma exposição genuína e de alto impacto. No entanto, a falta de apoio das distribuidoras e a constante ameaça de penalizações acabam prejudicando a credibilidade dessas empresas e do próprio trabalho da emissora.
A Falta de Transparência das Distribuidoras Internacionais
As distribuidoras envolvidas nesse tipo de situação geralmente não têm representantes no Brasil, o que dificulta a comunicação e resolução de problemas. Além disso, elas se mostram pouco dispostas a dialogar ou oferecer soluções concretas para os artistas ou as emissoras que trabalham de maneira honesta.
Em muitos casos, os artistas não têm qualquer tipo de suporte por parte dessas distribuidoras para resolver o problema, e quando buscam entender melhor o motivo da remoção, recebem respostas vagas ou até mesmo acusações infundadas, como no caso mencionado, onde se alegava que os ouvintes eram "falsos". A realidade é que essas plataformas, ao tomarem atitudes precipitadas sem conhecer o contexto real da divulgação, acabam comprometendo a carreira de artistas que estão construindo sua base de fãs de forma legítima.
A Revolta dos Artistas e Ameaças de Processos
A situação está gerando revolta entre os artistas que se veem desrespeitados e prejudicados por decisões sem fundamento. Alguns deles já ameaçam processar as emissoras que, mesmo fazendo todo o trabalho corretamente, acabam sendo responsabilizadas injustamente pelas quedas nas plataformas de streaming. Isso representa um grande risco para as emissoras, que podem ser envolvidas em disputas legais, mesmo quando estão apenas cumprindo o seu papel de divulgar e apoiar novos talentos.
Uma Solução Urgente para o Mercado Musical
Esse cenário revela a necessidade de uma maior transparência e responsabilidade por parte das distribuidoras, especialmente as internacionais, que muitas vezes não compreendem as dinâmicas locais e as peculiaridades do mercado brasileiro. Para os profissionais do setor, é fundamental que haja um diálogo aberto com essas plataformas, a fim de estabelecer processos mais justos e claros para a distribuição e promoção de música no país.
Além disso, as plataformas de streaming e as próprias distribuidoras devem levar em consideração a realidade das promoções realizadas por rádios e agências de marketing, que têm um papel crucial no fomento à música nacional e no apoio a artistas independentes.
Conclusão
A situação em que os artistas, emissoras de rádio e agências de marketing se encontram é reflexo de um sistema de distribuição de música que ainda precisa de ajustes e maior compreensão das particularidades locais. Se as distribuidoras internacionais não se adaptarem ao contexto brasileiro, correm o risco de continuar prejudicando a carreira de artistas talentosos e o ecossistema musical como um todo.
As emissoras, como a Metrópole FM, que investem tempo e recursos em promover artistas de forma orgânica, precisam ser reconhecidas por seu trabalho sério e profissional, enquanto os artistas merecem um ambiente onde possam crescer e conquistar seu espaço sem medo de represálias injustas. O mercado musical brasileiro, que é vibrante e cheio de talentos, não pode ser refém de decisões arbitrárias que comprometem a visibilidade e o sucesso desses artistas.
Relato de Artista: Divulgação Orgânica Prejudicada por Distribuidora
Um artista recentemente compartilhou conosco sua experiência frustrante com as distribuidoras de música. Ele divulgou sua música de forma 100% orgânica, apenas compartilhando o link disponível no Spotify com amigos, familiares e colegas. O resultado? A música atingiu mil ouvintes reais, que participaram dessa divulgação espontânea. Importante destacar que não houve nenhuma contratação de serviços de marketing ou promoção pagos — tudo foi feito de forma natural e genuína.
No entanto, uma semana após a divulgação, o artista recebeu uma notificação da distribuidora informando que os ouvintes que interagiram com sua música não eram pessoas reais. A distribuidora alegou que o engajamento seria falso, uma acusação totalmente infundada, já que os ouvintes eram amigos e familiares reais.
Esse é o nível de monitoramento e controle excessivo que algumas distribuidoras estão impondo aos artistas. O que começou como uma estratégia de divulgação legítima e orgânica se transformou em um pesadelo, prejudicando o trabalho do artista e a imagem das agências de marketing e profissionais que estão comprometidos com o sucesso genuíno dos músicos.
O problema é agravado pela falta de suporte técnico adequado por parte dessas distribuidoras, que, muitas vezes, oferecem respostas automáticas ou de robôs, deixando os artistas sem solução. Infelizmente, muitos não têm com quem reclamar e acabam culpando os próprios amigos, colegas ou agências que estavam apenas ajudando na divulgação, sem qualquer má intenção.
Esse é o cenário que muitos artistas, agências de marketing e emissores de rádio estão enfrentando: uma luta constante contra alegações infundadas e a falta de apoio das distribuidoras, que deveriam, na verdade, ser aliadas no processo de crescimento e visibilidade dos artistas.