Brasileiros deportados dos EUA chegam ao Brasil algemados e com pés acorrentados

Polícia Federal informou que liberou os passageiros dos equipamentos após pouso de avião em Manaus

O governo Lula teve ontem seu primeiro incidente diplomático com a administração de Donald Trump. A chegada a Manaus de um voo com brasileiros deportados pelos Estados Unidos algemados provocou imediata reação do governo brasileiro, através do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Por orientação de Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou às autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas.


“O ministro destacou ao presidente (Lula) o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, afirmou a pasta. A situação foi relatada pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos. A

o todo, 79 passageiros estavam no avião, sendo 11 mulheres, 62 homens e seis crianças.


A PF informou que os brasileiros que chegaram algemados foram imediatamente liberados das algemas. “A Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas”. Ainda segundo a corporação, os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto, onde receberam bebida, comida, colchões e tiveram acesso a banheiros.


Ainda segundo o Ministério da Justiça, ao tomar conhecimento da situação dos brasileiros, “Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar o grupo até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança”.


O retorno de imigrantes ilegais ao Brasil ocorre com base em acordo firmado com Washington em 2017, no governo de Michel Temer. O objetivo é viabilizar o repatriamento de pessoas que ingressaram ilegalmente nos EUA, foram processadas, e não têm direito a recurso. O Itamaraty esclareceu que a vinda desses brasileiros não tem relação com novas medidas migratórias do governo Trump. Pelo acordo, as aeronaves trazem de volta quem já não tem mais como recorrer à Justiça americana. O objetivo é evitar que essas pessoas permaneçam em presídios.

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