Comerciantes informais e trabalhadores autônomos lideram boicote após anúncio de monitoramento pela Receita Federal
O anúncio do governo federal, em conjunto com a Receita Federal, de que todas as transferências via PIX acima de R$ 5.000 em um mês serão monitoradas acendeu um clima de insatisfação em todo o país. A medida, que promete maior fiscalização para combater sonegações e práticas ilegais, gerou um efeito contrário: milhares de comerciantes informais e trabalhadores autônomos começaram a recusar pagamentos via PIX e cartões de crédito, preferindo transações em dinheiro.
A indignação tomou conta das redes sociais, onde comerciantes, ambulantes e outros trabalhadores manifestaram sua insatisfação. A principal crítica gira em torno da privacidade financeira. Muitos afirmam que a nova regra compromete o sigilo bancário e a liberdade das pessoas, especialmente em um cenário em que o presidente Lula mantém sigilo sobre suas próprias contas por 100 anos, decisão que também alimenta as críticas.
"A gente ganha o dinheiro, mas também tem que usar pra comprar mais mercadoria. Agora, quem vai explicar isso pra Receita?", questiona José da Silva, pedreiro de São Paulo, que gerencia sua equipe com pagamentos feitos diretamente de sua conta. Situações como a dele são comuns entre trabalhadores informais que movimentam valores altos para reinvestir em seus negócios.
Impacto nos bancos digitais
Os bancos digitais, que têm no PIX um dos pilares para suas operações, também começam a sentir os efeitos dessa reação em cadeia. Muitos consumidores já anunciaram que vão voltar a utilizar dinheiro vivo, temendo problemas com a Receita.
Além disso, situações corriqueiras como a venda de imóveis, veículos ou até mesmo serviços avulsos podem ser impactadas pela nova regra. As transações acima de R$ 5.000 serão analisadas para identificar a origem do dinheiro, o que tem gerado preocupação.
Repercussão política
A revolta contra a nova regulamentação também começa a refletir politicamente. Eleitores do presidente Lula, insatisfeitos com a medida, têm manifestado publicamente que se sentiram traídos e não pretendem apoiar o governo em futuras eleições.
O governo, por sua vez, ainda não divulgou detalhes sobre como pretende lidar com as críticas e minimizar os impactos negativos na economia informal, que representa uma parte significativa da movimentação financeira do Brasil.
Comerciantes, ambulantes e outros trabalhadores seguem pressionando por alterações na medida, enquanto o país observa as consequências dessa mudança na economia e na confiança popular.