Trânsito ficou bloqueado na altura da praça do pedágio, em Xerém, Duque de Caxias
A subida da serra de Petrópolis foi reaberta após interdição por causa da chuva. A medida foi tomada pela Polícia Rodoviária Federal e Concer, concessionária que administra a parte da BR 040 (Washington Luís) que liga o Rio a Juiz de Fora. O trecho permaneceu fechado por cerca de 1 hora na manhã deste sábado (5) como precaução por conta do temporal que atinge o estado do Rio.
O trecho da rodovia Washington Luís que estava interditado era na altura da praça do pedágio em Xerém, Duque de Caxias. A Polícia Rodoviária Federal - PRF havia fechado a faixa do km 102, da BR 040, no sentido Petrópolis, como medida preventiva.
Segundo a Concer, concessionária que administra o trecho, o fechamento aconteceu às 9h27. No momento, não há mais interdições.
A região sofre com o temporal que assola o estado do Rio desde a tarde da última sexta-feira (4). Na últimas horas, trechos da mesma rodovia ficaram alagados e com congestionamentos.
Um imenso bolsão d’água, também na altura de Duque de Caxias, fechou os dois sentidos da estrada no fim da tarde da sexta-feira. Uma hora depois, a via foi parcialmente aberta, mas o engarrafamento já chegava à Avenida Brasil e à Linha Vermelha.
De acordo com a concessionária Concer, que administra a Washington Luís (Rio-Juiz de Fora), o alagamento foi causado por um antigo problema estrutural.
A empresa diz que desde 2010 defende a necessidade de elevar as pistas para que o assoreamento dos rios Iguaçu e Sarapuí não impacte a rodovia. O engarrafamento desta sexta-feira chegou a 15 quilômetros no sentido Juiz de Fora e a cinco quilômetros na outra direção.
Fechamento preventivo
Motoristas também encontraram obstáculos em Angra dos Reis, onde um trecho de três quilômetros da Rio-Santos foi interditado preventivamente, nos dois sentidos, devido ao risco de queda de barreiras. As pistas da mesma rodovia também foram fechadas na altura de Mangaratiba.
A concessionária CCR explicou que não foram registrados deslizamentos, mas o fluxo foi interrompido para garantir a segurança dos usuários. Em Angra dos Reis, choveu 127mm em 24 horas. A informação era que a concessionária só liberaria o tráfego quando as condições meteorológicas permitissem.
A previsão para este sábado não é promissora. De acordo com a Climatempo, são esperados 95mm de chuva em Angra, para onde o Corpo de Bombeiros transferiu seu centro de comando na noite desta sexta-feira. Na cidade vizinha, Paraty, o previsto é de 130mm. O volume na capital deve ser menor, mas ainda alto: 70mm.
Diante do alerta de três dias de chuvas fortes feito por autoridades, cariocas e fluminenses tiveram que mudar suas rotinas. Quem pôde evitou sair de casa na última sexta. O reflexo foi a redução de carros circulando no início da noite na capital: em pleno horário de rush, o trânsito na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, fluía sem entraves.
O movimento também foi reduzido no Centro. Dono de um bar no Bafo da Prainha, na Região Portuária, Raphael Vidal liberou seus funcionários às 15h e fechou as portas.
— É uma sexta-feira em que muitos já receberam o salário. Isso é quase um “eclipse” para um bar. Mas é uma questão de civilidade seguir as orientações da Defesa Civil. O trabalhador sofre preocupado com sua família e depois para voltar para casa — disse ele, que avaliará novamente a previsão do tempo para tomar a decisão de abrir o estabelecimento neste sábado.
Uma das cidades que estão em alerta para as fortes chuvas previstas para o fim de semana, Petrópolis, na Região Serrana, teve uma sexta-feira atípica. As ruas, normalmente agitadas por turistas e moradores apressados, pareciam adormecidas.
No bairro Alto da Serra — uma das regiões mais afetadas pelos deslizamentos de dois anos atrás —, a costureira Andreia Marques, de 57 anos, mantém uma rotina de vigilância. A casa dela é a única da rua que não está interditada. Ao olhar pela janela, vê pelo menos seis imóveis abandonados. Mesmo assim, diz que não pretende sair dali:
— Eu deixo a bolsa pronta e a lanterna carregada, mas mesmo com muita chuva vou ficar em casa. Já vi esse morro descer em 1988 e saí correndo em 2022. A gente aprende a ficar alerta.
Na noite da última sexta, a Defesa Civil de Petrópolis abriu seis pontos de apoio em cinco regiões da cidade, para onde moradores devem ir em caso de risco. O locais foram abastecidos com água, colchões e alimentos, caso desalojados precisem de ajuda.
Bombeiros sem folga
O governo estadual doou 500 colchonetes, kits de limpeza e água potável para reforçar o estoque da cidade. O alerta dos meteorologistas fez o governo suspender as folgas dos militares do Corpo de Bombeiros neste fim de semana. Além de Petrópolis, há uma grande preocupação com o impacto dos temporais na Baixada e em Angra.
— Todo esse trabalho preventivo é importante, para amenizar o impacto provocado por uma chuva volumosa. O objetivo é que o tempo de reação da cidade seja cada vez mais rápido — diz o secretário municipal de Conservação, Diego Vaz.